27 agosto 2007

Férias

Até ao final do mês, pelo menos, este blog encontra-se oficialmente em férias.

No fundo isto é só um oficializar da coisa, porque em termos práticos isto já está de férias há algum tempo. Assim que eu voltar, lá para meio de Setembro, meto aqui uma review à séria.

O Hugo volta antes, por isso pode ser que apareça aqui alguma coisa posta por ele.

Eu, pela minha parte, vou dedicar-me ferozmente ao descanso! :P

Até daqui a 2 semanas e tal!

17 agosto 2007

Já lá vão 2 anos

24 meses. Pode não parecer, mas estamos aqui, convosco, há precisamente 24 meses. Se cada um destes meses se pudesse transformar numa rosa, estaríamos mergulhados no refrão duma música do José Malhoa.
Devo dizer que quando começamos este blog não fazíamos a menor ideia de que isto iria chegar tão longe, afinal de contas são jogos de tabuleiro e a dúvida existia:
O que se pode escrever de interessante sobre dados e peças?
Com ou sem interesse a verdade é que, tirando este, foram publicados aqui 103 posts. Quase um por semana.
Seja como for, parte dos objectivos está cumprida. Conseguimos contribuir para o aproximar dos jogadores em Portugal e também despertar o interesse pelo hobby quando alguém escreve as palavras “jogos de tabuleiro” no google e clicka no link para o nosso blog. Muitos dos viciados de agora começaram assim.
Julgo que vale bem a pena o esforço que fazemos para ter isto de pé, principalmente quando se consulta as estatísticas e se percebe que existem 50 marmelos por dia a visitar este cantinho.
Mas, o mais gratificante, são mesmo as dezenas de mails que recebemos. Apesar de a maior parte deles serem missivas de encorajamento e de parabéns, existem também os menos simpáticos. São escritos por esposas, namoradas e mães desesperadas que nos acusam de levar os seus queridos pelos maus caminhos e de os fazermos gastar rios de dinheiro em porcarias de crianças.
A elas respondemos sempre com simpatia e tentamos, na medida do possível, fazê-las ver que os jogos contribuem para que as famílias se unam e convivam um pouco. E que a experiência de desligar a televisão e juntar todos à mesa duas horas no regabofe pode ser bem mais gratificante do que estar cada elemento, no seu quarto, em silêncio e isolado.

Histórias há muitas. Lembro-me de uma senhora de Bragança nos ter escrito a agradecer por existirmos. Tinha comprado, depois de ler o blog, um jogo de tabuleiro para o marido, para ver se o entretinha. Escolheu, por mero acaso, o Kamasutra - the boardgame. Tentava, assim, a nossa leitora estar mais tempo com o marido a conversar e, essencialmente, a partilhar qualquer coisa na vida que não fosse o silêncio a que a sua relação estava confinada. O jogo teve tanto êxito que hoje, todos os fins-de-semana, convidam os amigos e os conhecidos lá para casa para o jogar. Pouparam-nos, infelizmente, os pormenores, mas o 10 dado no BGG é um indicativo do divertimento que o jogo consegue causar aos participantes.

Mas também nos escreveu um pai desesperado, cujo filho de 30 anos passa as noites de fim-de-semana metido no quarto com 6 ou 7 amigos a jogar Formula Dé até altas da noite, arruinando assim a sua vida sexual e também a dos progenitores que nunca conseguem ficar sozinhos em casa. Além disso, têm imensa dificuldade em dormir porque o filho e os amigos passam a noite a imitar os motores dos carros.

O último mail que abrimos pertencia a uma noiva que foi obrigada a gastar o dinheiro do subsídio de férias destinado a uma viajem de sonho, porque o noivo, após ler uma critica nossa, decidiu comprar o Railroad Tycoon quando este, antes de saber do blog, se contentava perfeitamente com o Ticke to Ride.

Mas a melhor história de todas é a tua que adoras jogos de tabuleiro e, sempre que tens o computador ligado, não resistes em dar uma vista de olhos aqui para saberes se existem novas histórias, novos textos, novas críticas.
É para ti que continuamos a escrever e procuraremos fazê-lo pelo menos por mais 24 meses.
A nós só nos resta agradecer por apareceres.

13 agosto 2007

Session Report: She's got a Ticket to Ride

Pode parecer um pouco estranho para a maior parte dos frequentadores deste blog a afirmação, mas se me perguntassem que jogo gostava de encontrar num avião despenhado caso fosse uma personagem do Lost, diria sem pensar duas vezes: Ticket to Ride – Marklin Edition. E sou até capaz de jurar a pés juntos que conseguiria que o Sawyer o jogasse.
É impressionante o que este jogo consegue fazer numa mesa. Cada vez fico mais impressionado com o trabalho de Alan Moon e tenho realmente de lhe tirar o chapéu pela criação.
O jogo é simplesmente perfeito para servir como apresentação e além disso, tem um aspecto visual apelativo que seduz e desperta a curiosidade da presa que queremos converter. Basta aquela quantidade de carruagens coloridas sair dos sacos para o interesse aumentar.
Afirmo que de entre a minha colecção, o Ticket to Ride é o mais valioso. Como sou uma pessoa que ando sempre a tentar dar a conhecer, ao maior numero de pessoas possível os jogos de tabuleiro, socorro-me sempre do Ticket to Ride para o efeito e tenho uma taxa de sucesso de 99%. Só não consegui o pleno porque a minha noiva simplesmente odeia jogos de tabuleiro, mas o único jogo que gostou e que até é capaz de repetir foi, vá lá adivinhem, o Ticket to Ride.
Além disto tudo consegue que os jogadores mais experientes consigam estar numa mesa com os novatos e que estes até consigam ganhar. Como é um jogo que não exige muita concentração, permite o regabofe e a comunicação entre os adversários, havendo sempre boa disposição para dar e vender.

Ainda este Sábado convidei malta minha amiga para uma joga e como havia um elemento que nunca tinha jogado a um jogo de tabuleiro, o grande Maia, optei por um Ticket. Além disso era o dia da entrega dos convites do casamento e por isso o clima era de festa. Nada melhor, portanto, que um desafio de Marklin.
A partida foi renhida, toda a gente se divertiu bastante e, claro, todos querem voltar a jogar. Para a próxima já posso puxar sem problemas dum El Grande ou do colosso Railroad Tycoon que a malta não se assusta, isto porque o Ticket to Ride fez o seu trabalho e mostrou que jogar um jogo não é nada difícil e que a ideia de que um jogo de tabuleiro se transforma num concurso de inteligência onde existe uma disputa de QI não tem razão de ser. É isso mesmo, já todos podem deitar o horripilante Trivial Persuit no lixo, que os tempos são outros e ninguém tem pachorra para testes de cultura geral.
A Grande vencedora foi a Sara que consegue finalmente vencer no grande palco nacional de jogos de tabuleiro que é a casa do Hugo. A vitória foi sentida com grande alegria pois já se esperava um resultado destes após 3 segundos lugares em jogos anteriores.
O que se pretende é divertimento e quanto mais melhor.
O que mais se pode pedir?
Viva o Ticket to Ride!

08 agosto 2007

Ludus – O Paraíso na terra?

Bem sei que o Brasil é uma terra de gente simpática, de boas praias, boa música e que, além disto tudo, tem entre os seus monumentos uma das mais espantosas maravilhas do mundo. O Cristo Redentor.
Mas a verdadeira maravilha deste país está escondida em São Paulo na rua 13 de Maio. Falo da luderia Ludus que serve de ponto de encontro para os jogadores de São Paulo e cuja página consulto várias vezes para saber das novidades e também porque tenho uma secreta paixão em ver fotografias de pessoas a jogar com um sorriso nos lábios. Sou daqueles que pensa que o melhor dos jogos está no prazer do convívio e não propriamente no desafio do jogo.


Ora, fico então bastante satisfeito em observar as mesas cheias de malta a jogar e este site é sem sombra de dúvida, o site mundial onde existem mais pessoas felizes por imagem. Desde os cozinheiros, aos jogadores, passando pelos empregados, pelos donos e era capaz de jurar que vi um meeple numa mesa aos saltos de felicidade.
O caso não é para menos. O Projecto é bastante interessante e parece-me, aqui do outro lado do oceano, que existe muito amor envolvido.


Além disto tudo, a Ludus recebe aniversários, campeonatos, apenas curiosos e também gente que está passando e quer comer apenas uma sanduíche.
E no fim toda a gente joga. Jogam os empregados, jogam os cozinheiros, jogam os clientes e, diz quem viu, que até os argentinos fazem uma partidinha.
Assim é que é. Se a minha namorada quisesse, até era capaz de fazer turismo lúdico aí em São Paulo. Passava uma semana Hotel/Ludus e Ludus/Hotel.
Mas se tivesse a lata de lhe propor umas férias assim era capaz de ouvir das poucas e das boas.


É também com muito prazer que vejo mesas cheias de raparigas. Isso sim, é algo completamente impressionante que vem contrariar a tendência que se vive em Portugal.
Mas, como toda a gente sabe, as brasileiras são sem dúvida as melhores jogadoras do mundo.


Mas pronto. Na verdade o post foi só para dar um abraço aos nossos amigos brasileiros que lêem o nosso blog e para todos aqueles que vão escrevendo para nós do outro lado do atlântico.
Apesar de todo o esforço que faço, não consigo deixar de pensar nas palavras do Zorg cada vez que vejo o site da Ludus:
“Ao pé dos meus jogos ninguém come nem bebe!”.

http://www.luderia.com.br/